30 de abril de 2014

Decepção

Neste mês completei o meu segundo aniversário da cirurgia cardíaca a que fui submetido. Este fato me motivou a falar sobre algo que muito me incomoda e que persiste no meu coração, na minha alma. Vou falar sobre “Decepção”.
A decepção ou desilusão é o sentimento de insatisfação que surge quando as expectativas sobre algo ou alguém não se concretizam.
Geralmente está associada com a tristeza, com a frustração e em alguns casos com a falsidade e a falta de caráter.
Enfrentar e superar os desafios da vida é fundamental, porém sempre existem decepções ou desilusões no amor ou com as amizades que pensávamos ser verdadeiras, mas infelizmente isso é muito comum.
A intensidade da decepção é proporcional a amizade, ao afeto, ao amor e ao carinho que você tem por quem lhe proporcionou tal dor.
Bob Marley já dizia :
 “Às Vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas pequenas demais para torná-los reais”.

Pergunto, quem ainda não sofreu algum tipo de decepção? Ninguém passa pela vida sem este momento, se o seu ainda não chegou prepare-se, ele virá. 
Como exemplo de decepção relato a seguir fato ocorrido comigo dias antes da minha cirurgia cardíaca (ocasionado por pessoas que julguei amigas) que muito me magoou:

Foi um momento muito difícil onde eu estava correndo risco de morte precisando de todo tipo de apoio, inclusive de palavras de solidariedade e conforto.

Por incrível que pareça algumas pessoas a quem estendi a mão e apoiei em momentos difíceis da vida mostraram a verdadeira face e de forma surpreendente e inexplicável se negaram a me dizer uma simples palavra de “Boa Sorte” na cirurgia cardíaca que eu ia enfrentar. Fiquei sem chão, sem saber o que pensar, o que dizer. Estas pessoas não imaginam o enorme mal que me fizeram diante da profunda decepção e mágoa que me ocasionaram num momento tão difícil da minha vida. Foi pura maldade!
Eu estava precisando muito fazer este relato, este desabafo era algo muito importante pra mim, agora estou aliviado.
A vida nos prega muitas surpresas e o meu desejo para aqueles que deliberadamente me fizeram o mal é que Deus os abençoe e ilumine pois estão enfermos espiritualmente e necessitam de ajuda.


Lembre-se, Deus tudo sabe, tudo vê!
"Quando alguém te decepcionar, lembre-se: Decepção passa, consciência pesada não".
Nunca esqueça "A Vida Anda"!

Izzo Rocha



19 de abril de 2014

A Lenda da Phoenix


A Phoenix, Fênix ou Phoinix (grego) é a lendária ave que ateia fogo em si mesma quando descobre que está para morrer. Ela povoou o imaginário mitológico das antigas civilizações egípcia e grega.

A lenda diz que a primeira Phoenix surgiu de uma centelha que o deus Ra soprou sobre a face da Terra, representando o Fogo Sagrado da Criação.

Segundo a lenda, seu habitat é entre os desertos da Arábia, entre as ervas e temperos aromáticos. Ela vive por volta de 500 anos e após esse período procura uma árvore solitária e, no alto de sua copa, faz seu ninho com canela, olíbano (uma espécie de goma-resina, encontrado na África e na Índia; especiaria muito utilizada na Antiguidade para se fazer incenso) e mirra (espécie de arbusto encontrado em regiões desérticas, especialmente na África e no Oriente Médio).

Ela, então, ateia-se fogo e de suas cinzas surge um pequeno ovo vermelho de onde nasce uma outra Phoenix, mais forte e mais bonita. Ela representa a imortalidade do ser, o poder de mudança, de consciência de si mesmo. Pode ser vista, também, como um modelo de perfeição ou de beleza absoluta.

Na mitologia egípcia a Phoenix é reverenciada como a personificação do deus Ra (deus do sol). Existe somente uma da espécie e é por isso que o deus Ra jurou que enquanto a Phoenix renascer das cinzas, a esperança, no mundo, nunca morrerá. Portanto, a Phoenix representa a depuração da alma.

Segundo a lenda, o tamanho da ave assemelha-se ao da águia. Tem olhos brilhantes como as cores das estrelas. Sua plumagem é dourada no pescoço e no papo; púrpura no restante do corpo; possui uma crista formada por penas finíssimas e delicadas, sendo sua calda constituída por penas longas e suaves, nas cores branca e vermelha.

Na mitologia oriental também existe uma Phoenix que simboliza a felicidade, a virtude e a inteligência. A sua plumagem é feita das sete cores sagradas para os orientais: as cores do arco-íris. Que tal nos vestirmos de Phoenix e renascermos a cada passagem de nossas vidas visando o aperfeiçoamento moral? Certamente um belo convite.




Por: Hellen Katiuscia de Sá

17 de abril de 2014

Apogeu e declínio...


Tudo tem seu apogeu e seu declínio... É natural que seja assim, todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela! Novas folhas, novas flores, na infinita benção do recomeço!


Chico Xavier

14 de abril de 2014

Falando de ingratidão...

É comum se ouvir falar de ingratidão. Amigos que depois de terem privado da maior intimidade, se voltam violentos, desejando destruir. 

Basta uma pequena contrariedade, uma questão política, um diverso ponto de vista religioso. Eis formada a querela. O distanciamento.

Esquece-se de todos os benefícios recebidos. Dos abraços, das promessas, das alegrias repartidas e vividas em conjunto.

Esse tipo de comportamento demonstra como o homem, embora se diga humano, muito necessita crescer para se considerar como verdadeiro participante da Humanidade.

Recordamos de uma antiga lenda judia que fala de um homem condenado à morte e que ia ser apedrejado.

Os carrascos lhe jogaram grandes pedras. O réu suportou o terrível castigo em silêncio. Nenhum grito. Na sua condição, compreendia que a desgraça havia caído sobre ele e que seus gritos de nada serviriam.

Passou por ali um homem que havia sido seu amigo. Pegou uma pequena pedra e atirou na direção do condenado. Somente para demonstrar que não era do seu partido.

O pobre condenado, atingido pela diminuta pedra, deu um grito estridente.

O rei, que a tudo assistia, ordenou que um de seus lacaios perguntasse ao réu porque ele gritara quando atingido pela pequena pedra, depois de haver suportado sem se perturbar as grandes.

O condenado respondeu: As pedras grandes foram atiradas por homens que não me conhecem, por isso me calei. Mas o pequeno seixo foi jogado por um homem que foi meu companheiro e amigo. Por isso gritei.

Lembrei de sua amizade nos tempos de minha felicidade. E agora vi sua felicidade quando me encontro na desgraça.

O rei compadeceu-se e ordenou que o pusessem em liberdade, dizendo que mais culpado do que ele era aquele que abandonava o amigo na desgraça.

A lenda nos dá a nota de quanto dói a ingratidão de um amigo. Naturalmente, quanto mais estimamos e confiamos em alguém, mais nos atormentará a sua traição. A sua ingratidão.

É importante pois que examinemos nossas próprias ações, observando se não somos ingratos. Em especial com aqueles que estenderam a preciosidade da sua amizade, por longos e longos anos.

Não sejam as notas distantes de algumas rusgas que nos permitam agredir, de forma cruel, os que ontem nos sustentaram nas lutas.

Soubemos, há poucos dias, de uma aluna que, depois de ter recebido do seu mestre todo o apoio, em forma de ensino, livros, oportunidades de estágio, decidiu estabelecer uma questão judicial.

Esquecida dos tantos benefícios, das longas horas de dedicação do antigo mestre, depois de um desentendimento em que se sentiu lesada, resolveu requerer vultosa quantia como pagamento pelas horas de trabalho ao lado dele.

Olvidou o aprendizado, do quanto lhe devia por sua própria formação profissional. E mais: de quantas portas, graças à fama dele e experiência, se haviam aberto para ela.

Ingratidão. Sentimento que somente floresce nos corações enfermiços.
Moléstia do caráter que requer o remédio da compaixão.

Se alguém te retribui com a ingratidão o bem que doaste, não te entristeças. É melhor receber a ingratidão do que exercê-la em relação ao próximo.

E se teu problema for de ingratidão dos filhos, guarda piedade para com eles e dá-lhes mais amor.

Porque a ingratidão dos filhos para com os pais é dos mais graves enganos que se pode permitir ao Espírito, em sua marcha evolutiva.

Redação do Momento Espírita com base na lenda judia Os amigos, do livro Lendas, fábulas e apólogos, Coleção Antologia da literatura mundial, v. 4, ed. Logos e no verbete Ingratidão, do livro Repositório de sabedoria, v. II, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

11 de abril de 2014

Perdão...



Muitas vezes por medo, falta de atitude ou humildade perdemos a oportunidade de obter o perdão para corrigir um erro do passado que tanta tristeza e sofrimento nos traz. Pense nisto!




8 de abril de 2014

Cientistas criam tradutor que converte o som dos golfinhos para o inglês.

Máquina tradutora atualmente identifica uma palavra pela dificuldade dos golfinhos de produzirem sons audíveis para os seres humanos.

A ciência frequentemente aponta o golfinho como um dos animais mais espertos do planeta, e não nos causa surpresa que muitos cientistas buscam entender melhor esses mamíferos nadadores e divertidos. O que nos causa surpresa é que, neste caminho, alguns cientistas do Wild Dolphin Project estudaram tão a fundo a comunicação da espécie que desenvolveram um aparelho que consegue traduzir para o inglês os sons produzidos pelos golfinhos.

O tradutor, chamado de CHAT, está em um estágio inicial e ainda busca aumentar o seu “vocabulário”. Apesar de ser um avanço fantástico para os cientistas se comunicarem com os animais, a máquina atualmente é capaz de traduzir somente uma palavra: “sargaço”, um tipo de alga.
O principal problema enfrentado pelos cientistas é que a frequência emitida pelos golfinhos chega a ser até dez vezes mais alta do que o ouvido humano consegue captar. Para contornar este problema, os pesquisadores ensinaram os animais a usar sons de baixa-frequência para comunicar quando encontram um objeto em específico - que no primeiro caso foi o sargaço.
Enquanto que o destino das pesquisas parece incerto, os cientistas continuam trabalhando com o tradutor para apresentar mais novidades em maio, quando participarão de uma conferência na cidade de Florença (Itália) sobre a fala e processamento de sinais. Quem sabe tudo dê certo e em breve poderemos até bater um papo com os golfinhos?

Por João Gustavo Reva 

5 de abril de 2014

Obrigado Deus...


Obrigado Deus pelo privilégio de estar vivendo hoje o meu segundo aniversário pós-cirurgia cardíaca. 

Te Amo!

Izzo Rocha


3 de abril de 2014

Psicologia da Ingratidão...

Todas as vezes que testemunho ou sofro alguma ingratidão, lembro-me da passagem do Evangelho – aquela em que Jesus curou os dez leprosos e só um voltou para agradecer. E ele perguntou: onde estão os outros nove? Essa história nos indica que a ingratidão é algo comum, majoritário, no comportamento humano. Estatisticamente, 90% daqueles que Jesus curou, não mostraram gratidão.
Observando esse fenômeno, proponho-me aqui a examinar as motivações psicológicas da ingratidão.

Quando alguém está precisando de ajuda – seja porque está doente, com dificuldades financeiras, solitário, deprimido, em qualquer situação de crise ou mesmo que essa crise seja um status permanente, desde a infância – é um momento, uma fase, ou até uma existência inteira, até então, de fragilidade e de carência. Para o orgulho humano, precisar do outro, tem algo de humilhante – ainda que aquele que ajude (como o caso incontestável de Jesus) esteja ajudando com total desprendimento e sem nenhum desejo de recompensa. Obviamente que este estado de desprendimento e desapego dos resultados é algo bastante raro no mundo, tão raro quanto a gratidão.

Ora, quando a pessoa que recebeu a ajuda, seja em forma de dinheiro, apoio, solidariedade, incentivo, colo… – se vê numa situação melhor, de maior segurança, de retomada de sua autonomia, até de euforia, porque conquistou posições e patamares antes impensáveis (muitas vezes com o próprio esforço sim, mas a partir da ajuda recebida) – então, a pessoa não quer mais se lembrar daquele instante de fragilidade, quer negar para si mesma que precisou um dia de apoio, quer atribuir todas as suas conquistas apenas a si mesma, aos próprios méritos. Não quer dividir o sabor da vitória, relembrando um momento em que estava “por baixo”. Então, nega o benfeitor, esquece-o, até pode agredi-lo e eliminá-lo simbolicamente, porque é humilhante para o seustatus atual, fazer referências a um estado anterior de carência. Então, faz aquilo que o ditado popular tão pitorescamente expressa: “cospe no prato que comeu”.

A coisa se agrava mais quando existe uma forte relação afetiva entre aquele que ajudou e aquele que foi ajudado – seja este um filho, um irmão, um amigo íntimo, um parente distante ou próximo. Porque então, a ajuda pode ter sido carregada de forte dose de afetividade, preocupação com o outro, desejo profundo de felicidade e superação das dificuldades do ser amado. Nesse caso, o ingrato precisa esquecer duplamente do benfeitor – o benefício prestado e a afetividade entregue. E é então que a ingratidão pode doer mais profundamente, porque se tratou não apenas de um benefício, mas de uma entrega de si. Episódios assim também se encontram na vida de Jesus, como a traição de Judas, a negação de Pedro e o abandono dos mais próximos, no momento da crucificação. No caso dos leprosos, Jesus não tinha uma intimidade com eles. Com os discípulos, eram amigos queridos. Nessa configuração, a pessoa não quer apenas esquecer do benfeitor, para não lembrar de um momento de fragilidade, ela quer se desobrigar de qualquer retribuição concreta ou afetiva com a pessoa que foi determinante para suas realizações, superações e conquistas – sejam elas de ordem material, intelectual ou moral. Quer se sentir livre de compromissos com quem ficou para trás, porque tais compromissos, que implicariam muito mais do que simplesmente reconhecer o benefício, mas também num cuidado com o outro (como o caso de pais, irmãos, amigos), são uma quebra na fruição de suas conquistas. Por exemplo, o indivíduo recebeu toda a formação dos pais, todo o empenho pelas suas realizações, todo o carinho doado (claro, com os limites e defeitos possíveis de todas as relações humanas) e quando ele se vê numa situação de bem-estar, conquista e euforia, não deseja ver o estorvo da fragilidade alheia – agora no caso, dos pais –que estarão por sua vez num momento de carência. Voltar atrás e olhar para os benfeitores, amá-los, cuidar deles, ter compromissos, é turvar o momento de segurança presente, é abrir brechas para o afeto fluir, no meio da vaidade das conquistas.

Assim, podemos concluir que o que atrapalha a gratidão em todos os casos é o orgulho – de não se admitir que se esteve já em situação difícil – e o egoísmo – de não querer interromper o gosto da conquista, com a preocupação, o cuidado e a dedicação ao outro.

Agora, analisemos toda a questão do ponto de vista daquele que ajuda. Que motivações podem levar a pessoa a fazer um bem a quem esteja em situação de carência ou precisão? São motivações sempre nobres, puras e elevadas? Até que ponto podem também estar contaminadas de orgulho e egoísmo? E pode essa possível contaminação na atitude do benfeitor provocar ou reforçar a ingratidão?

O ideal de um ato moral – como também aponta o Evangelho e a interpretação espírita da ética cristã – é o desinteresse. Esse desinteresse deve ser financeiro, pessoal, afetivo. Ou seja, é preciso fazer o bem, sem nada querer, esperar ou desejar de volta. A coisa porém não é tão simples. Primeiro, porque ao fazer o bem, experimenta-se naturalmente um bem-estar interno (hoje comprovado até através de pesquisas que mostram que dar, doar, ajudar libera sensações agradáveis para quem faz).

Então, ao fazermos o bem, queremos nos sentir bem? Sem dúvida que sim! E isso eu chamaria – repetindo uma definição que ouvi do meu terapeuta – de um egoísmo saudável. Afinal, Jesus disse que deveríamos amar ao próximo como a nós mesmos. Ou seja, todos os seres humanos buscam prazer, felicidade, bem-estar e isso é natural. Ora, muito melhor que esse bem-estar seja provocado por um fazer bem do que por um fazer mal ou por qualquer tipo de vício autodestrutivo.

Apesar disso, considero que num nível mais elevado de doação, o indivíduo dá apenas e somente pelo bem do outro, sem pensar na própria felicidade. É certamente o caso de Jesus, ao morrer na cruz, como oferecimento de um exemplo para a humanidade.
Mas a questão não fica nesse ponto. Quando nos encontramos diante de alguém que está em situação de necessidade, os nossos sentimentos de empatia e compaixão podem ser ativados e nos lançamos a uma ação benéfica para o outro. Até aí, ótimo. 

Mas podem surgir também sentimentos (às vezes inconscientes) de superioridade e de prazer por estarmos numa posição de generosidade, de vaidade por “sermos tão bons”! Então, o ato de ajuda carrega algo de humilhante para o outro, sim. Porque podemos nos situar num patamar de cima, onde o outro que recebe, se sente de fato esmagado pela nossa oferta. Se a pessoa não tiver alternativa nesse momento, isso poderá depois gerar uma forte repulsa pelo benfeitor. E tudo isso está muito bem descrito no Evangelho. O problema é que bons impulsos podem ser manchados por esses sentimentos negativos – então há de fato um bem praticado, houve um momento de solidariedade sincera, mas depois o orgulho apareceu para estragar as coisas.

Outra forma de contaminar o gesto de ajuda está na cobrança de retorno, que pode ser uma cobrança sutil ou explícita, pode aparecer na forma de expectativa silenciosa ou de um “jogar na cara” ofensivo. A forma não explícita gera mal-estar no beneficiário e a explícita provoca justa revolta. Há inclusive pais e mães que praticam fartamente essa forma explícita, humilhando filhos, por terem cumprido o que pais e mães devem fazer – doarem-se inteiramente. Então, o ato do bem ou o amor doado estão claramente aprisionados nas garras do egoísmo.

Essas manchas no ato de doar não eximem aquele que recebe do sentimento de gratidão, sobretudo se há um vínculo amoroso envolvido no processo; assim como a ingratidão não exime o benfeitor de continuar fazendo o bem; porque é preciso compreender que estamos em processo de aprendizagem evolutiva e ainda quando queremos praticar o certo e queremos elevar nossos sentimentos, eles ainda se deixam macular por nossos atavismos milenares. Há que se ter maturidade e compreensão mútua para entendermos as nossas fraquezas e as do outro. Há também que se considerar que nossos papéis de benfeitores e beneficiados se alternam no decorrer da vida. Todos temos fases, momentos de fragilidade (basta lembrar de como chegamos e como partimos no mundo). Todos temos oportunidade de ajudar alguém em outros momentos. Ora somos necessariamente carentes, ora podemos ser generosos. Refletindo sobre tudo isso, haverá mais oportunidades de superação e de caminharmos para formas superiores de sentir e fazer.

Há porém algo mais sutil ainda, quando se trata de um benefício e uma ingratidão entre dois seres que se amam intensamente – e não posso deixar de imaginar que foi o que Jesus sentiu ao perguntar pelos outros nove leprosos que não voltaram, que embora não tivessem intimidade com Jesus, o Mestre não lhes era alheio em seu amor por todas as criaturas. A sua pergunta revela que ele não ficou indiferente ao fato. É que quando se pratica um bem ou muitos bens a um ser amado e a pessoa incorpora esse bem em sua vida e depois rejeita asperamente o irmão, a mãe, o amigo que lhe foi alicerce de ascensão e realização, o que se pode experimentar é uma profunda dor pelo outro. Jesus lamenta a ingratidão dos leprosos, como se entristece pela fraqueza de Judas e de Pedro. Mesmo se o nosso eu estiver já desprendido de toda mágoa e suscetibilidade – o que requer obviamente um trabalho bastante cuidadoso – podemos nos entristecer porque o ser amado está agindo de maneira tão acintosa e ingrata, por ele mesmo. Esse sentimento será entremeado de compaixão, sem falsa superioridade. Pode-se entretanto ainda misturar tais impulsos, enquanto estamos a caminho: mágoa com compaixão, tristeza pelo outro, com esperança de recompensa.

Enfim, tudo isso são aprendizados que nos competem assumir em nossa jornada evolutiva. E, tinha Kardec razão ao dizer que as duas únicas e maiores chagas da humanidade são o orgulho e o egoísmo.

Estejamos atentos a isso!

  

1 de abril de 2014

Precisamos lembrar que somos...

Precisamos lembrar que somos fogo. No entanto, algumas cinzas podem acumular-se sobre a mente.

Uma vez que você sopra as cinzas para longe, o fogo se levanta e se sobressai brilhantemente.

Se você tem muitas preocupações, diga apenas ‘Hmm’ (com pouca força), e toda aquela cinza que se tem acumulado sobre a mente será removida, e você se sentirá brilhante.



Com frequência, sentamos e ficamos preocupados: ‘Ah, isso não está acontecendo’, ou ‘Aquilo não está acontecendo’. A vida é de tal forma que muitas vezes o que você quer não acontece; algumas vezes, o que você não quer, acontece. Não tem importância. Não fique sentado, pensando nisso por muito tempo. Mexa-se; siga adiante, lembrando-se de que você é fogo.

Quando você sabe que é fogo, nada pode queimá-lo. As pessoas dizem: ‘Estou apagado. Ai, eu estou tão cansado!’

O que apagou? Vamos! Como alguma coisa pode apagar o fogo? Mexa-se, sabendo que você é fogo. Largue o passado e mova-se alegremente em direção ao futuro.

E pegue a vida em sua totalidade. Algumas experiências agradáveis e outras desagradáveis . Todas essas coisas acontecem e vão embora.

Sabendo que ‘Eu tenho todas as bênçãos, eu tenho a Graça, o melhor vai acontecer para mim’, você deve seguir adiante.